Oportunidade

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Por baixo do pano parente dele que morava na espanha recebia do Senado

por Rodrigo Rangel e Rosa Costa
de O Estado de S.Paulo

Isabella Murad Cabral Alves dos Santos, 25 anos, vive desde o início do ano em Barcelona e estava lotada na liderança do PTB desde 2007

A árvore genealógica dos parentes e agregados do clã Sarney com emprego no Senado não para de ganhar novos ramos. No pente-fino feito nos atos de nomeação, sejam eles secretos ou não, apareceram dois novos nomes. Depois do neto e de duas sobrinhas de José Sarney (PMDB-AP), presidente da Casa, pendurados em gabinetes de senadores amigos, surgiram uma prima e uma sobrinha de Jorge Murad, marido da ex-senadora e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).

O mais novo nome da lista é o de Virgínia Murad de Araújo. Em 29 de maio de 2007, ela foi nomeada assistente parlamentar do gabinete da liderança do governo no Congresso, à época ocupada por Roseana. Seu salário, na ocasião, era de R$ 1.247. Onze meses após ter sido nomeada, ela passou a ganhar exatamente o dobro - R$ 2.494.

Virgínia é filha do ex-deputado Emílio Biló Murad, primo de Jorge Murad, genro de Sarney. Ela está até hoje na folha do Senado. O Estado telefonou ontem para o gabinete da liderança. Lá, uma funcionária afirmou não conhecer Virgínia. A assessoria de José Sarney, por sua vez, assegurou que ela trabalhava, sim, para Roseana. De acordo com a mesma assessora, Virgínia está hoje no gabinete de Mauro Fecury, que assumiu a vaga de Roseana.

A outra parente do genro de Sarney lotada no Senado é Isabella Murad Cabral Alves dos Santos, arquiteta, de 25 anos, que vinha ganhando salário do Senado, apesar de morar em Barcelona, na Espanha. Isabella estava lotada na liderança do PTB. Foi nomeada em fevereiro de 2007. Na época, o líder do PTB era o senador Epitácio Cafeteira (MA), aliado de Sarney.

O secretário de Comunicação do governo do Maranhão, Sérgio Macedo, afirmou ontem ao Estado que Isabella devolverá aos cofres públicos o dinheiro ganho do Senado desde que saiu do País, no início do ano. “Antes de sair ela deixou pronto o pedido de demissão, mas por alguma falha técnica isso não foi processado”, afirmou Macedo.

Cafeteira disse que nunca deu falta de Isabella. “Não sou fiscal de funcionário.” Afirmou ainda que nomeou a arquiteta a pedido de um amigo, Eduardo Lago. “Ele é tio dela e me pediu que nomeasse, mas esqueceu de avisar que ela tinha conseguido uma bolsa de estudos na Espanha”, declarou o senador ao Estado.

Sarney abrigou ainda um neto no Senado. João Fernando Michels Gonçalves Sarney, de 22 anos, ocupou por um ano e oito meses, no gabionete de Epitácio Cafeteira, o cargo de secretário parlamentar, função que dá direito a salário mensal de R$ 7,6 mil. A história só se tornou conhecida graças à revelação dos atos secretos pelo Estado.

O rapaz foi demitido secretamente para não atrair os holofotes quando o Senado se via obrigado a cumprir a súmula antinepotista imposta pelo Supremo Tribunal Federal. No entanto, a vaga aberta com a saída do neto de Sarney foi preenchida pela mãe do próprio João.

Autor: André Raboni - 17/06/09 às 9:16

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